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                               Marcos 16:15
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Sexo inseguro: camisinhas e pílulas não protegem seu cérebro
Postado em 26 de Junho de 2013
Saiba como o sexo sem compromisso afeta suas emoções
De acordo com a cultura popular, homens precisam começar a fazer sexo o quanto antes, porque precocidade e diversidade de experiências são preparatórias para o bom desempenho na vida adulta. Já as mulheres são mais românticas e reflexivas em relação ao sexo, e costumam “entregar” a virgindade como um dote para com quem desejam passar o resto da vida.
Alguns desses esterótipos sobre o comportamento sexual dos jovens foram confirmados e outros desmentidos na pesquisa Juventudes e Sexualidade, realizada pela Unesco, em 2004, com 16.400 alunos e mais de 3 mil pais e professores de 13 capitais brasileiras.
A precocidade é real. Em média, a iniciação sexual acontece aos 14 anos. No caso dos meninos, aos 13. Quanto ao “ficar” e ao sexo casual, as mulheres passaram a aceitar esse comportamento com mais naturalidade. Para elas, o encontro pode se limitar a beijinhos ou acabar na cama.
Apesar de não haver consenso sobre o tema entre pais, educadores e alunos, a virgindade é vista como um valor ultrapassado. O que todos parecem concordar é que a prática sexual tem grande papel na socialização (leia-se aceitação) dos jovens, especialmente entre os amigos.
“Bota a camisinha”
Ao mostrar mudanças culturais e comportamentais, estudos como esse auxiliam governos a desenvolver políticas públicas de saúde voltadas para os jovens na questão da sexualidade. A partir desses dados, equipes multidisciplinares quebram a cabeça para elaborar campanhas educativas que incentivem o sexo seguro
Conceito que no glossário da Unesco é definido como as “práticas e comportamentos sexuais que reduzem o risco de contrair e transmitir infecções sexualmente transmissíveis, especialmente o HIV”. Para a entidade, entre as estratégias seguras, estão a automasturbação, o uso de preservativos e a monogamia (fidelidade a um único parceiro).
Definições de sexo seguro, como a da Unesco, que limitam o ato sexual ao aspecto físico, deconsiderando suas implicações sociais, emocionais e morais, fazem da camisinha e da pílula anticoncepcional os maiores ícones de uma revolução comportamental. Por isso, as marchinhas de carnaval, de alerta contra a Aids, dizem para você botar a camisinha, em vez de transar com responsabilidade.
Porém, o que a mídia secular não mostra, e que os jovens não sabem, e o governo acredita ser dogmático e ineficaz, a Bíblia já dizia há muito tempo, e cada vez mais as pesquisas confirmam: sexo seguro, só com compromisso. Por isso, a Conexão 2.0 decidiu mostrar dados e opiniões de especialistas que vão na contramão da ética sexual de hoje, mas que oferecem mais segurança para seu corpo e emoções do que um pedaço de látex.
Seu maior orgão sexual
Toda essa história de sexo com compromisso e virgindade até o casamento parece soar hoje mais como romantismo de conto de fadas, encíclica papal ou sermão retrógrado. Só parece. Psicólogos e médicos têm pesquisado sobre os efeitos da revolução sexual das últimas décadas sobre o maior orgão sexual do ser humano, e para o qual não existe preservativo: o cérebro.
Os resultados, alguns conclusivos e outros não, são preocupantes e convincentes. Além de dar formas mais arredondadas ao corpo, o sexo muda nossa mente. “Ele produz poderosas (até para a vida toda) mudanças no cérebro que dirigem e influenciam nosso futuro num grau surpreendente”, garantem o ginecologista Joe S. McIlhaney e a obstetra Freda McKissic Bush, no livro Hooked – New Science on How Casual Sex is Affecting Our Children (ainda sem tradução).
Perda da “cola”
Segundo os especialistas norte-americanos, nossa “central de comando” trabalha sob o efeito de neurotransmissores como dopamina, oxitocina e vasopressina. As três substâncias são neutras, podendo recompensar bons e maus hábitos, dependendo do comportamento do indivíduo. O efeito “cola” da oxitocina e da vasopressina, apelidadas de “hormônio do amor ou da fidelidade”, é um exemplo desses processos.
Quando duas pessoas fazem sexo, ambas liberam esses hormônios relacionados ao prazer do vínculo afetivo; logo, na cama não há apenas união de corpos. Se o encontro foi só casual, fica a ferida aberta da “cola” que foi retirada. No caso dos homens, especialmente, a experiência com várias parceiras diminui a produção de vasopressina (perda da “cola”), por isso, esses indivíduos tendem a fugir de compromissos e a se esconder em relações superficiais. O curioso é que a produção desses hormônios aumenta nas relações sólidas e diminui com a promiscuidade.
Essas reações químicas e cognitivas ajudam a explicar também o fenômeno da descartabilidade nos relacionamentos, bem exemplificados pela popularização do “ficar” entre os adolescentes, e do sexo casual entre os jovens adultos. Quem faz o alerta é a psicóloga Talita Castelão, mestre em sexologia, doutora em genética e professora do Unasp, campus São Paulo.
“Alguém que não está disponível para dividir com você o todo da vida, dificilmente terá responsabilidade para com seus sentimentos ao dividir apenas partes do seu corpo”, argumenta. Talita, que atende casais que buscam terapia sexual em seu consultório, critica a lógica do momento: “Vejo muitos homens fingindo amor para terem sexo e muitas mulheres permitindo o sexo para terem amor. Resultado: Ninguém tem o que quer de verdade.”
Idade é documento
A precocidade das relações sexuais é outro comportamento que preocupa esses profissionais. Com a puberdade chegando mais cedo e o casamento mais tarde, há maior tolerância social para o sexo “seguro” entre adolescentes. O ponto é que os preservativos e anticoncepcionais não protegem, por exemplo, o lobo frontal. Essa região do cérebro, responsável por analisar as decisões com consequências de longa duração, não está completamente formada até os 25 anos.
“Por isso, os adolescentes são vulneráveis aos comportamentos de risco”, esclarece a psicóloga Rosana Alves, doutora em neurociências e coordenadora de pesquisa do Laboratório de Neurofarmacologia Molecular da USP. Rosana se refere ao sexo precoce, bem como às drogas e qualquer comportamento que misture prazer com perigo.
Para a pesquisadora, nem a mente nem o corpo dos adolescentes estão preparados para uma vida sexual ativa. “Do ponto de vista biológico, o epitélio do colo do útero das adolescentes está exposto e, tanto as clamídias como os gonococos têm preferência por esse tipo de tecido. Logo, as adolescentes são muito mais vulneráveis às DSTs do que as mulheres acima de 25 anos”, exemplifica.
A professora Talita reforça o coro de que sexo pede maturidade. “Com 14 anos, não há estrutura em todos os sentidos. A pessoa está conhecendo a si mesma e precisa decidir quais crenças vão reger sua vida. O sexo pode confundir muito esse processo, dando uma falsa sensação de vínculo”, opina.
Sexo vicia
Outro risco do sexo sem compromisso é o vício. A explicação para isso seria a torrente de prazer gerada pela dopamina no cérebro. O hormônio da recompensa funciona como uma droga que vicia, porque pede que as experiências sejam repetidas de maneira mais intensa.
Mas antes de culpar a dopamina por qualquer dependência, saiba que ela é neutra, reforça apenas os comportamentos que escolhemos. Ou seja, quem pratica o sexo no casamento – uma relação estável – tem a ajuda da dopamina para ficar “viciado” no marido ou esposa, e “ser feliz para sempre”. Já quem tem várias parceiras ou parceiros enfrentará maior dificuldade, caso queira mudar seu estilo de vida.
“A troca frequente de parceiros exige que nosso cérebro produza quantidades cada vez maiores de dopamina para que continuemos sentindo prazer, o que pode ser prejudicial. Da mesma forma que a droga vicia, esse comportamento também (claro que em um nível bem menor), levando muitos a se tornarem promíscuos”, alerta a psicóloga Rosana
Quando mais é menos
E quando se fala em promiscuidade, um fator que parece ter relação direta com o número de parceiros que se terá na vida é a idade da iniciação sexual. Os autores do livro Hooked citam uma pesquisa americana (National Survey of Family Growth, 1995), feita com 10 mil mulheres de 15 a 44 anos, como referência.
Segundo eles, das garotas que experimentaram o sexo por volta dos 16 anos, 44% tiveram cinco ou mais parceiros até os 20. Mas esse índice cai para 15% entre as mulheres que tiveram sua primeira vez depois dos 20 anos. O estudo ainda mostra a relação entre sexo na adolescência e aborto, gravidez indesejada e nível de felicidade no casamento.
A dificuldade em ter satisfação em um relacionamento estável na vida adulta, por exemplo, pode estar ligada ao hormônio da memória, a noradrenalina. Quem sugere isso é o autor do livro A Verdade Nua e Crua (CPAD, 2012), Josh McDowell. Nessa obra, o famoso defensor da fé cristã relaciona a ética sexual bíblica com pesquisas feitas especialmente nos Estados Unidos.
Ele argumenta que uma vida sexual ativa e com parceiros diversificados acumula uma bagagem de experiências e memórias que dificultam o sucesso de um relacionamento sério posterior. Josh complementa dizendo que o consumo de material pornográfico, por razões óbvias, também oferece esse risco.
Perigo para si mesmo, é o que a psicóloga Talita afirma ser o sexo sem compromisso. “Para se entregar sexualmente a alguém, é preciso conhecer a pessoa e saber que ela é cuidadosa com você. E isso só vem com a convivência. Quem não consegue esperar, experimenta a sensação de vazio e frustração, porque se entregar a todas as experiências possíveis, só fragmenta a pessoa”, adverte.
Não somos animais
A ideia de que podemos controlar nossos impulsos, e que o sexo casual é prejudicial em qualquer circunstância deve, no mínimo, levar os que olham o homem como um animal evoluído a torcer o nariz. Em livros recentes lançados por psicólogos e neurocientistas evolucionistas, a promiscuidade e a traição são abordadas como comportamentos naturais e instintivos desde a Pré-História. Logo, teríamos “desculpas genéticas” para justificar que a “carne é fraca”.
“Não há provas científicas para afirmar que a promiscuidade seja consequência de um determinismo genético. Se assim fosse, tais condutas sexuais desviantes não causariam tanto sofrimento”, rebate Rosana. Em outras palavras, traição e promiscuidade deveriam gerar felicidade e não sentimento de vingança, dependência e solidão.
Casar faz bem
O que algumas pesquisas apontam é que os parceiros monogâmicos casados apresentam os maiores índices de satisfação sexual e emocional. No livro de McDowell, por exemplo, é citado um estudo da Univeridade de Chicago (EUA) sobre práticas sexuais dos norte-americanos. Publicado em forma de livro em 1994, o levantamento mostra que 87% dos casais entrevistados disseram estar muito satisfeitos com sua vida sexual; e 85% afirmaram estar muito bem emocionalmente. McDowell atribui essa felicidade à oxitocina, o hormônio do amor e da fidelidade.
O psiquiatra e membro da American Psychosomatic Society, César Vasconcellos de Souza, acrescenta uma pesquisa à discussão. Ele cita o estudo do Dr. Dean Ornish, cardiologista e professor da Universidade da Califórnia, publicado no livro Amor e Sobrevivência (Rocco, 1999).
Segundo o médico norte-americano, a intimidade afetiva de uma relação é muito importante para a saúde do coração, e o casamento monogâmico é o tipo de relacionamento que oferece melhores condições para isso. “As pessoas que têm muitos parceiros, um tipo ‘Dom Juan’, no fundo não têm ninguém, porque não desenvolvem intimidade afetiva com nenhuma pessoa, mesmo fazendo sexo com várias”, complementa o psiquiatra brasileiro.
Supressão x repressão
Mas, se vários estudos apontam para as vantagens da ética sexual defendida por quase todas as igrejas cristãs – que recomenda o sexo somente no contexto do casamento heterossexual –, por que assumir esse comportamento soa engraçado para alguns e absurdo para outros?
Provavelmente, porque tudo que relaciona Bíblia com sexualidade é confundido com a repressão sexual que imperou por séculos, motivada, em boa parte, por uma visão religiosa equivocada (veja “Ação e reação”). Como toda ação gera uma reação proporcional, o pêndulo da ética sexual deixou o extremo da repressão, passou pelo ponto de equilíbrio e agora tende para a outra ponta, a banalização.
O psiquiatra César Vasconcelos diz que as respostas que a humanidade busca não estão em nenhum dos dois extremos, mas no centro. “Supressão é diferente de repressão”, sugere um meio-termo. “Suprimir é ter consciência de seus impulsos, mas administrá-los para uma boa convivência, respeitando seus valores. Enquanto reprimir é não ter consciência dos seus desejos, por não ter dado uma chance à sua mente de perceber o que ela quer”, define.
Apesar de a sociedade atual considerar a virgindade coisa de outro mundo, o psiquiatra acredita que a abstinência sexual até o casamento é possível e saudável quando o “jovem sabe o que quer, tem coragem moral de praticá-la, não se deixa levar pela maioria e concentra sua energia mental no preparo para a vida adulta”. O médico ainda acrescenta que, para esses jovens, o risco de desenvolver distúrbios emocionais é muito menor do que nas pessoas supersexualizadas.
Eles escolheram esperar
Tá certo que optar ou não pela abstinência sexual é uma questão muito pessoal, que envolve valores e consciência, mas ter o apoio de um grupo que pensa da mesma forma faz grande diferença. É o que tem mostrado a campanha “Eu Escolhi Esperar”, liderada pela MOB, uma ONG cristã de Vitória, ES. Eles já têm 1,3 milhão de fãs no Facebook e 170 mil seguidores no Twitter.
A mobilização só tem dois anos e já alcançou todo o Brasil com seminários, música-tema, literatura, camisetas, pulseiras e engajamento nas redes sociais. A campanha é pauta recorrente na grande imprensa secular e segue uma tendência norte-americana, já da década de 1990, de representar o voto de castidade com um símbolo, como um anel.
O líder do movimento no Brasil, pastor Nelson Júnior, tem 20 anos de experiência com ministérios para jovens. Ele afirma que o tema não é o mais importante da agenda das igrejas cristãs, mas precisa ser falado porque ainda é tabu. Para ele, tem faltado orientação e um clima favorável para que os jovens cristãos exponham suas dúvidas, medos e fraquezas em relação à sexualidade.
“Temos percebido que os jovens estão desejosos de descobrir como é possível desenvolver experiências emocionais que não produzam tantas decepções e que sejam de acordo com a vontade de Deus”, afirma. A família dele e outras cinco se dedicam em tempo integral ao ministério. Boa parte da agenda deles é preenchida com seminários de um dia inteiro, dirigidos a centenas de jovens, nas igrejas e fora delas.
Outra direção
“Em nossos seminários e materiais, deixamos sempre muito claro que não adianta guardar o corpo, sem antes guardar a mente e os olhos. Nosso foco não é a virgindade, mas a pureza sexual, o entendimento de que Deus tem um plano perfeito para a vida sentimental e sexual de cada um”, esclarece o pastor, que diz ter casado virgem.
Por causa dessa abordagem equilibrada, os que já iniciaram sua vida sexual como solteiros, por diversos motivos, não são excluídos da campanha. Pelo contrário, caso se identifiquem e queiram mudar seu comportamento, são convidados a participar e dar um novo rumo para sua sexualidade.
Nelson diz que a liderança e os simpatizantes da campanha recebem críticas pela suposta pressão exercida sobre os jovens religiosos. O pastor argumenta que a mobilização tem o objetivo de orientar e dar voz para aqueles que se sentem pressionados por outro tipo de opressão: a da banalização do sexo.
“Vários jovens nos escrevem dizendo que agora percebem que não estão sozinhos e, por isso, são fortalecidos. Muitos outros nos escrevem contando as péssimas experiências sentimentais e sexuais pelas quais já passaram, interessados em descobrir como viver a vontade de Deus e felizes por saber que existe alternativa”, conta o pastor. Alternativa essa que os dados e as experiências indicam ser a melhor.
C+ entrevista do pastor Nelson Júnior para o programa Sem Tabus, da TV Novo Tempo.
Sexo em números
200 mil mulheres morrem anualmente por causa de abortos ilegais no mundo.
28% das garotas engravidam nos três primeiros meses de vida sexual.
15% é o risco de contrair o HIV, mesmo usando camisinha.
16 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos dão à luz anualmente no mundo.
41% das 208 milhões de gestações que ocorrem por ano no mundo não são planejadas.
Fontes: Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde, Dra. Rosana Alves, Dr. César Vasconcellos, Dra. Freda Bush, Susan Weller e Karen Davis-Betay em Condom effectiveness in reducing heterosexual HIV transmission (Cochrane Database Syst Rev. 2002).
Sexo, depressão e suicídio
Um dos efeitos desastrosos do sexo sem compromisso é o suicídio. Isso mesmo. Segundo o conceituado jornal de medicina Lancet, essa é a principal causa de morte de meninas entre 15 e 19 anos no mundo. As garotas estão tirando a própria vida por causa de gravidez precoce e indesejada, prostituição e o uso de drogas. A explicação seria a maior propensão desse grupo para desenvolver a depressão. Uma pesquisa nacional nos EUA sobre saúde adolescente mostrou que a vida sexual ativa antes do casamento aumenta em três vezes a chance de meninas ficarem depressivas e tentarem o suicídio. Para os garotos, a probabilidade é oito vezes maior.
Fonte: Folha de S.Paulo (22 jun. 2012), Dra. Rosana Alves, Dra. Freda Bush e estudo Sexually active teenagers are more likely to be depressed and to attempt suicide (The Heritage Foundation, 2003).
#bíbliaesexo
Bíblia e sexo têm tudo a ver. As orientações do Livro Sagrado são claras, positivas, seguras e podem ser resumidas em alguns tuítes.
A imagem de Deus é melhor representada na união dos gêneros (Gn 1:27).
Antes de se tornar uma só carne (sexo), é preciso dar dois passos: “deixar pai e mãe” (independência) e unir-se (casar-se) com a pessoa escolhida (Gn 2:24).
“Conhecer” é um verbo muito usado para o sexo na Bíblia, porque implica intimidade (Gn 4:1).
O princípio do sétimo mandamento vai além do adultério: é pureza sexual (Êx 20:14; Mt 5:28).
O pecado sexual tem consequências diversas, e mais profundas do que se imagina (1Co 6:18).
Fonte: Samuele Bacchiocchi, teólogo (“Uma Perspectiva Cristã do Sexo”, Diálogo Universitário v. 1, 1996).
Ação e reação
Nos quase 2 mil anos de Ocidente cristão, o pêndulo do comportamento sexual já esteve no extremo da restrição, mas agora tem ultrapassado as últimas fronteiras da falta de limites. Entenda essa mudança.
Na Grécia, antes de Cristo, a crença de que o homem tem um corpo mau e uma alma boa fez os estoicos defenderem que o sexo só era lícito para a procriação, no casamento. Parte dos romanos pegou carona nessa onda, assim como os pais da Igreja Cristã.
Mas o sexo seria ainda mais demonizado por dois pensadores católicos – Agostinho e Tomás de Aquino. Para Agostinho, não era correto ter prazer sexual, nem mesmo no casamento. E para Aquino, sexo era pecaminoso em qualquer situação. A partir daí, o celibato se tornou um sinal de santidade.
A reação a essas ideias veio no fim do século 17, com Hobbes, Locke e Rousseau. Eles criticaram o equivocado conceito de pecado original. Nesse mesmo espírito, a Revolução Francesa, já no século 18, ajudou a oficializar o divórcio e a incentivar o sexo livre entre solteiros.
No entanto, as mudanças mais radicais ainda viriam nos 200 anos seguintes; começando com a aceitação da teoria evolucionista, que rebaixou o ser humano ao status de animal, tirou Deus e Suas leis da jogada e colocou no lugar a “ética” da sobrevivência.
Pronto! Agora, o caminho estava aberto para a Revolução Sexual da década de 1960 que – com a ajuda da penicilina, da pílula anticoncepcional e depois da camisinha – removeria as consequências mais temidas do sexo casual: infecção e concepção. Resultado: Se antes o amor não tinha sexo, hoje o sexo não tem amor. E o que era um “mal necessário” para a procriação, agora é confundido com diversão.
Fonte: Teologia e Ética do Sexo Para Solteiros, de Natanael B. P. Moraes (Unaspress, 2000).